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Fartos terreiros

  • Josi Basso Pastifício / Nicole Guimarães
  • 16 de ago. de 2024
  • 2 min de leitura

Josi Basso Pastifício (texto)

Nicole Guimarães (imagem)




O cacarejar dos galos predomina por toda a vizinhança. O relógio, apenas o complemento aos desavisados. O galináceo, além de fazer o papel de garboso despertador, é “Abastado”, pensa a garota, que, pelo muro, observa a movimentação. É galinha correndo da pintaiada, ovos por toda a parte. E os formosos galos ciscando de um lado para outro. Entre o muro e sua cozinha, ela viaja em pensamentos. 

À mesa, sempre uma fartura. Cafés da manhã com ovos frescos, de um laranja que ofusca os olhos. Almoços regados com nacos dourados de galinha. No jantar? ‘Por que não uma farofa de miúdos’, pensa alto a dona do terreiro, como faz todas as manhãs.  

Pela fresta da janela da cozinha – que mais se assemelhava a um quadro azul celeste que a separa do jardim mágico dos poleiros – a garota espia a vizinha e repete para si mesma o que desejaria comer, entre a lista de delícias declamadas. “Comporte-se. A mãe volta já”.

Foi o dia mais feliz da sua vida. Ao abrir a porta se deparou com uma galinha, que já trazia sua prole. Sete belos pintinhos. A pequena chamou suas irmãs para nomear um a um. Ao amanhecer, o sinal que aguardava. “Volto para fazer o almoço”.

Pronto. Ela tratou de correr em busca de uma caixa de papelão, onde acomodou todos os pequenos galináceos. Chamou as irmãs, já com a tarefa desenhada em sua cabeça. O pequeno embate para distribuir tarefas. Mas ela estava soberana do seu plano.

Bastou alguns pedaços de barbante, a delicada amarração e sete bater de porta. Pronto. “Mãeeee, tô preparando o almoço”!!!!

 
 
 

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